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Evandro José Coelho do Amaral

Evandro José Coelho do Amaral, Licenciado em Administração Pública pelo INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS E RELAÇÕES INTERNACIONAIS (CIS). Tel: +244 928 887 135 / +244 993 029 806 (Whatsapp)

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Evandro José Coelho do Amaral

01
Fev18

AS DIFICULDADES DO EMPRESARIADO ANGOLANO


Evandro José Coelho do Amaral

AS DIFICULDADES DO EMPRESARIADO ANGOLANO

The difficulties of Angolan businessmen

NewPaper nº 03/2017

 

Amaral, Evandro José Coelho do[1]

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Resumo

Este artigo surgi, na sequência dos gritos ferventes, dos empresários nacionais e estrangeiros da situação do ambiente de negócio e as situações políticas, administrativas, económicas, sociais e culturais de Angola. Que vem afastando novos “player” no mercado angolano, essas situações quer dos impostos, quer de infra-estruturas: energia e águas, na construção, no urbanismo, nas Tecnologias de Informação e Comunicação e nos transportes.

Palavras-chaves: Mercado, angolano e empresário.

 

Abstract

This article arose, following the fervent cries of national and foreign businessmen, the situation of the business environment and the political, administrative, economic, social and cultural situations of Angola. That has been removing new players in the Angolan market, these situations, both taxes and infrastructure: Energy and Water, Construction, urban planning, Information and Communication Technology and transport.

Keywords: Market, Angolan and businessman.

 

Introdução

Este trabalho intitulado “as dificuldades do empresariado angolano” é por experiência própria. E não tem como objectivo de desincentivar, empresários (nacionais e estrangeiros) em investir em Angola.

Para dizer que actuar no mercado angolano não é uma tarefa fácil, muitas vezes, a vontade de desiste, é tanta, com a crise económica e financeira, devido a queda do petróleo no mercado internacional, pior ainda.

 

  1. Razões para não investir em Angola

Todavia, no decorrer desse período de actuação no mercado angolano, aprendeu-se muito, quer no conhecimento, quer na experiencia profissional e de vida. Por tanto, trazemos algumas razões numa primeira instancia não voltar a investir, a não ser que tudo esteja bem planeado, a saber:

  1. Burocracia: é um dos países com excesso de burocracia, devido as questões políticas, social, cultural e tecnológicas. A quem diz que são heranças coloniais. É evidente que algumas instituições públicas fazem excepção de pessoas e olham na aparência (principalmente a forma que se apresenta) ou mesmo exigem usar terno. Até para pagar uma obrigação/receita para o Estado, existe bichas enormes para pagar o imposto.
  2. Corrupção: a corrupção em Angola é um fenómeno pervíssimo que impede e perturba o crescimento económico e programas de liberalização patrocinados pelo Governo no país. Este fenómeno ou patologia social atinge quase em todas as esferas sociais, das quais destacamos as seguintes na: saúde, educação, infraestruturas básicas, agricultura, energia e água, empregos, Ministérios, Igrejas, desportos, alfandegas (portos, aeroportos e migração) … E alguns angolanos que nasceram, depois de 1992, acabam de ser corrupto inato.
  3. Influências / Gasosa / Saldo: em Angola, para obter qualquer bens e serviços, deves ter alguém que o conheces o chamado “padrinho na cozinha” ou a chamada “gasosa” que é dar um valor em troca de bens e serviços, que em alguns casos poderia ser de favor, por fim o nepotismo.
  4. Cabritismo: é um assunto muito abordado pelos políticos, essa expressão surge pela primeira vez por nossa Excelência, Presidente cessante da República de Angola, Engenheiro José Eduardo dos Santos que ʺo angolano não vive só do salário” (Discurso do Presidente cessante da Republica de Angola 2010), e de um outro “O cabrito come onde está amarrado”. Com isso queremos dizer que todo angolano faz negócio o chamado” business” para supostamente sobreviver, no próprio local de trabalho, ele é corrompido ou pede algum valor para puder atender ou prestar um serviço.
  5. Bajulação/Limpa bota: lisonjear para obter vantagens; é outro factor que dificulta muitos empresário, tem que filiar-se em um partido ou entrar na liga dos bajuladores ou fazer um curso avançado de bajulação, criando teorias que não existem, só para conseguir o seu propósito.
  6. População: segundo os dados demográficos, ajudarão perceber o público-alvo de qualquer investidor, Angola ainda não se encontra com todas as características necessárias para grandes investimentos, a não ser que se mude esse quadro e talvez da imigração de muitos estrangeiros qualificados para cobrir este facto. Será apresentado a seguir, esses dados: 700.000 de cidadãos são pobres, onde pode-se falar de uma “pobreza hereditária”? Quem nasce no seio de famílias pobres, continuará a sê ‑lo pobre, (Universidade Católica de Angola, 2015, pp. 41-42). Angola possui 25.789.024 de habitantes, onde 12.499.041 são homens e 13.289.983 são mulheres, segundo dados (INE, 2016, p. 15).
  7. Mão-de-obra: pouca qualificação, quase na sua maioria os angolanos, alguns gostam tudo de bandeja e poucos gostam de trabalhar, alguns são preguiçosos, mentirosos, irresponsável (não é sério), não encara o trabalho, tem preferências de roubar e estar desempregado do que trabalhar, querem coisas rápidas (ou lucros fáceis).
  8. Inexistência ou Défice de Serviços básicos: como água, energia eléctrica (e iluminação pública), internet, saneamento básicos, saúde, segurança, transportes públicos (em todos períodos, actualmente só possui no período diurno, os táxis privados denominados candongueiros o custo é muito elevado).
  9. Impostos: ao nível dos impostos praticado em Angola, são muito alto em relação da região da África Subsariana; com a reforma administrativa, está a criar outros impostos que poderá dificultar o empresariado angolano.
  10. Imprevistos: é um dos países com mais imprevistos quer social, politico e económico. Toda manhã não se sabe qual é o problema que irá acontecer, que por vezes sem uma resolução imediata, que poderá estragar o dia a dia de um empresário, com isso, torna a vida cada vez mais difícil quer profissional e pessoal.
  11. Racismo: a situação do preconceito ou propriamente do racismo, é um fenómeno que se pensa que não existe, mas é de realçar que Angola, devido o nível de escolaridade ser baixo e devido o processo colonial, pensam que o estrangeiro ou seja o Branco e o Mulato, veio roubar o dinheiro do país, eles vieram colonizar novamente. Sem saber que veio contribuir para o país, como por exemplo, baixar o nível de desempregado, neste caso dar mais emprego a população. Por fim, os Brancos e mulatos angolanos têm vindo a ser hostilizados, sobretudo pelos colegas de trabalho que desejam o lugar de chefia que ocupam, sem que para o efeito tenham as aptidões necessárias. Na rua, são olhados com desconfiança, "vai para a tua terra, seu tuga, kangundu da tuji" ou " vai para a terra do teu pai, seu mulato". Os expatriados levam pela mesma bitola, não escapam aos insultos, ameaças.
  12. Questões Espirituais: ao nível dos impostos praticado em Angola, são muito alto em relação da região da África Subsariana; com a reforma administrativa, está a criar outros impostos que poderá dificultar o empresariado angolano.
  13. Ética Profissional: é uma das causas para não eficiência e eficácia nas empresas. Podem ser entendidas como um conjunto de princípios ou normas que denotam boa educação e bom comportamento. Estas regras definem boas maneiras e bons costumes, tornando a vida cotidiana mais harmoniosa e servindo como um indicador de civilidade.
  14. Impontualidade: Muitos dos angolanos não honra os compromissos, muitos deles só trabalham sobre pressão, marca-se um horário as 18h vem 19h.

Podemos definir alguns angolanos, pelas seguintes características: i) Oportunista, ii) Aparecedor, iii) Gabarola, iv) Traidor, v) Fingido, vi) Pacífico, vii) Mentiroso, viii) Preguiçoso, ix) Ingrato, x) Irresponsável (não é Sério), xi) Orgulhoso, xii) Impontual, xiii) Reclamante, xiv) Lamentador, xv) Aproveitador, xvi), xvi) Rancorista (orgulho ferido), xvii) Corrupto, xviii) Pessimista, xiv) Bajulador, xv) Interesseiro e xvi) Invejoso.

 

Conclusão

Para concluir, tem muitos outros aspectos, a salientar, procuramos trazer de forma social e resumida, notamos que:

Muitos os governantes/empresários angolanos não gostam de trabalhar com os angolanos porque os vêem como incapacitados.

 

É ainda comum vermos os mesmos estrangeiros serem atraídos para Angola, por empresários nacionais com propostas de bons salários, bem como é comum vermos e ouvirmos reclamações de funcionários angolanos, enquanto vítimas de discriminação racial, por parte desses mesmos estrangeiros. Vale dizer que, nessa terra é também gritante a forma como muitos negros com alguma predisposição rancorosa, violentam verbalmente os mestiços ou brancos sem razão de ser.

 

Ainda para lembrar que em Angola, ainda é alvo de monopólios e oligopólios. Um facto que poderia ajudar para crescimento económico seria a partilha de infraestrutura, isto no mercado privado, como por exemplo o que não é lucro, vamos partilhar e o que é lucro não vamos partilhar; mas devido a falta de conhecimento de alguns empresário, orgulho e ganância por parte destes intervenientes.

 

A indústria, que durante anos foi a principal fonte de dinheiro, perdeu lugar para o sector de prestação de serviços. Dentro desse novo cenário, o turismo despontou como um negócio excelente que movimenta bilhões de dólares em receita em todo o mundo. A prestação de serviços de turismo é uma área em Angola, que está a dar muito a se falar e já existe muito incentivo por parte do Governo para apostarem nesta área, acompanhamos na campanha eleitoral, vários candidatos a falarem sobre este assunto, por sua vez é de ressaltar o candidato do APN – Quintino Moreira, afirma em se criar 3 capitais a saber: 1-Luanda (Cidade Económica), 2- Planalto Central – Huambo (Cidade Politica) e 3- Namibe (Cidade Turística).

 

Outro ponto fundamental é da banca angolana, não é forte porque segundo o Joseph Schumpeter, dizia que o empreendedor apenas bastava ter a ideia, onde referia-se principalmente na inovação tecnologia. A banca e outras instituições públicas e privado investir nessa ideia. Caso de Angola, vemos tanta ideia boa, mas devido a corrupção e orgulho, infelizmente não são realizadas essas ideias.

 

Acreditamos na nova Governação do novo Presidente de Angola, camarada João Manuel Gonçalves Lourenço, que até actual está a ser muito aplaudido pela população angolana, pelo carisma e na criação da sua Staff. Foi aprovado a isenção de visto para alguns países e a resoluções de visto para os estrangeiros nas embaixadas angolanas.

 

Já é notável, muitas das mudanças que estão a ocorrer no território angolano, lembrando do seu slogan emblemático que é “MELHORAR O QUE ESTÁ BEM E CORRIGIR O QUE ESTÁ MAL”. E do programa de governação até 2022, que seja colocado em prática e concretizado. Dando assim, uma janela de esperança.

 

Recentemente, notamos as medidas ora anunciadas pelo Banco Nacional de Angola (BNA), têm dado azo alguma discussão. A mudança do regime de cambial fixo em que a taxa de câmbio era previamente fixada pelo BNA, regime que vigorou até a data e a imigração para um regime cambial flutuante em que a taxa de câmbio será determinada pelas variáveis da procura e oferta, dentro de um intervalo determinado, com a uma taxa de câmbio mínima e máxima, também conhecida como como banda cambial.

Referências Bibliográficas

Amaral, E. J. (2017). O Racismo Contra Brancos e Mestiços Em Angola. Luanda: Instituto Superior de Ciências Sociais e Relações Internacionais (CIS).

INE. (2016). Recenseamento Geral da População e Habitação: RESULTADOS DEFINITIVOS . Luanda: INE.

Universidade Católica de Angola. (2015). RELATÓRIO SOCIAL DE ANGOLA. Luanda: Universidade Católica de Angola.

 

 

[1] Graduado no Curso de Administração Pública, pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Relações Internacionais (CIS), evandro.amaral2015@hotmail.com; 

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