O ADMINISTRADOR RELIGIOSO
Evandro José Coelho do Amaral
THE RELIGIOUS ADMINISTRATOR
NewPaper nº 10/2018
Amaral, Evandro José Coelho do [1]
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Resumo
Este artigo, vem trazer visões, ideias, conhecimento e lições retirada da Bíblia, sendo o livro mais vendido no mundo, escrito por homens inspirados por Deus e onde revela instruções, ensinamento dignos para os homens (Cristão). Traremos modelo ideal para qualquer aspirante em administração e liderança ou para os administradores sénior, isto baseando no livro do Todo-Poderoso que é Deus.
Palavras-chaves: Administrador, Homens e Deus.
Abstract
This article comes to bring visions, ideas, knowledge and lessons taken from the Bible, being the best selling book in the world, written by men inspired by God and where it reveals the instructions, worthy teaching for men (Christian). We will be the ideal role model for any aspirant in Management and Leadership or for Senior Managers, based on the Book of the Almighty that is God.
Keywords: Administrator, Men and God.
Introdução
Um administrador aquele que está a serviço do outrem. Afim de obterem em conjunto o propósito comum. Que é o lucro (facturação, dinheiro, metas, propósitos, objectivos).
Todavia, começarmos com a seguinte passagem bíblica do Apóstolo Paulo “porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”, (I Timóteo 6:10). É com certeza uma chamada de atenção, porque neste ramo empresarial, a tentação ao mal é maior e muitos caiem.
- A Parábola do Administrador Astuto
Segundo Fisher (2017), explica que, Jesus utilizou histórias do dia-a-dia para ensinar lições espirituais. Já que as pessoas entendem bem as coisas materiais, fica mais fácil para elas entenderem princípios do reino do céu através da comparação. Uma destas parábolas mais interessantes, e talvez a mais chocante, é a registrada em Lucas 16:1-13. Este relato utiliza uma pessoa mundana e corrupta para ensinar aplicações aos discípulos cristãos.
A História
"Jesus disse aos seus discípulos: ‘O administrador de um homem rico foi acusado de estar desperdiçando os seus bens. Então ele o chamou e lhe perguntou: ‘Que é isso que estou ouvindo a seu respeito? Preste contas da sua administração, porque você não pode continuar sendo o administrador" (Lucas 16:1-2). Este homem foi acusado de ter administrado mal os bens do seu senhor e ia ser demitido logo. Por isso, ele teria que entregar um relatório das contas, das dívidas, etc. Ele estava enfrentando um problema sério, que analisou da seguinte forma:
"O administrador disse a si mesmo: ‘Meu Senhor, está me despedindo. Que farei? Para cavar não tenho força e tenho vergonha de mendigar... Já sei o que vou fazer para que, quando perder o meu emprego aqui, as pessoas me recebam em suas casas’. Então chamou cada um dos devedores do seu senhor. Perguntou ao primeiro: ‘Quanto você deve ao meu senhor?’ ‘Cem potes de azeite’, respondeu ele. O administrador lhe disse: ‘Tome a sua conta, sente-se depressa e escreva cinquenta’. A seguir ele perguntou ao segundo: ‘E você, quanto deve?’ ‘Cem tonéis de trigo’, respondeu ele. Ele lhe disse: ‘Tome a sua conta e escreva oitenta" (Lucas 16:3-7). Depois de refletir, este administrador inventou um plano para reduzir as dívidas que as pessoas tinham com o patrão. Ele usou o pouco tempo que restava antes de entregar as contas para arrumar acordos com cada um dos devedores. Deste modo, depois de perder o emprego, várias pessoas ficariam devendo alguma coisa a ele e dariam do que ele precisasse durante a época de seu desemprego. Ele aproveitou o presente, embora de modo desonesto, para providenciar pelo seu futuro.
As Aplicações Principais
A principal lição que Jesus tirou desta história é chocante. "O senhor elogiou o administrador desonesto, porque agiu astutamente. Pois os filhos deste mundo são mais astutos no trato entre si do que os filhos da luz" (Lucas 16:8). É evidente que Jesus não apoia desonestidade por parte dos seus servos, mas ele observa como o mundo está melhor servido por seus servos, do que Cristo pelos dele. As metas são totalmente opostas, mas os mundanos são mais diligentes em cuidar de seus corpos do que os cristãos em cuidar das suas almas. Esta comparação é bem interessante e edificante.
Previsão
Este administrador desonesto refletiu bem em como seria o futuro depois de perder o emprego actual. Pessoas do mundo sempre planeam o futuro valendo-se de seguros, investimentos, escola, previsões do mercado, etc. Será que os cristãos estão igualmente atentos ao futuro? Vamos perder nossa posição nesta vida e precisamos nos preparar bem para o futuro. O problema que cristãos enfrentam, às vezes, é visão curta. Pensamos demais no imediato, mas é imperativo que usemos as oportunidades actuais para conseguir amigos depois desta vida. Não nos deixemos ficar distraídos pelas preocupações e interesses de hoje, mas focalizemos sempre no lar eterno que almejamos.
Realismo
O administrador infiel percebeu a seriedade da sua situação. Ele não chorou, nem se lamentou, mas encarou as realidades e começou a se preparar. Nós, às vezes, queixamo-nos da dificuldade dos mandamentos do Senhor e das frustrações com nossas situações, mas precisamos enfrentar os factos de modo corajoso e decisivo. Não temos como mudar os factos. Quer gostemos, quer não, vamos lidar com a verdade dos eventos vindouros. O mundo celestial não tem lugar para chorões.
Prontidão
Este servo agiu na hora. Ele foi bem decisivo aproveitando o pouco tempo que restava sem demorar para nada. Ele utilizou as oportunidades que estavam na mão para preparar casas futuras. Nosso problema muitas vezes é que adiamos demais as coisas que devemos fazer. Sempre temos boas intenções e pretendemos mudar um dia, mas esse dia nunca chega. Este supervisor entendeu que logo perderia seu emprego e por isso não demorou nenhum minuto. Se soubéssemos com certeza que nossa vida findaria daqui a um ano, mudaríamos alguma coisa? De facto, Cristo é capaz de voltar em menos de um ano, ou poderíamos morrer antes disso. Se estivermos pretendendo fazer mudanças um dia, esse dia chegou; mudemos agora.
Zelo
Este administrador chamou não alguns, mas todos os devedores do seu senhor. Ele queria garantir bem seu futuro. No mundo, as pessoas trabalham sem cansaço para ganhar mais dinheiro ou posições mais altas. Elas sempre querem ganhar mais dinheiro, e nunca pensam que têm o bastante. Do mesmo modo atletas se esforçam ao máximo em perseguir suas metas. Eles nunca decidem que não querem ganhar mais campeonatos. Devemos nos esforçar mais ainda, visto que nossa meta é bem mais importante e atraente. É chocante observar que os mundanos se esforçam mais para ganhar o mundo do que os discípulos para ganhar o céu. Que lástima! É insensato perseguir as metas cristãs pelo meio termo.
Outras lições
A lição do versículo 8 é a principal da parábola, mas Jesus aproveitou a ocasião para ensinar mais três lições:
O uso do Dinheiro, Jesus falou: "Por isso, eu lhes digo: Usem a riqueza deste mundo ímpio para ganhar amigos, de forma que, quando ela acabar, estes os recebam nas moradas eternas" (Lucas 16:9). Jesus estava nos exortando a utilizar bem nossos recursos materiais para providenciar melhor nosso futuro. Assim como o homem da história tinha o uso temporário dos fundos do patrão, também Deus nos concedeu o uso por pouco tempo dos recursos dele. Vários trechos nos ensinam a usar nosso dinheiro para ajudar outras pessoas e para o serviço do Senhor (Mateus 6:19-21; Tiago 5:1-6). Note as palavras de Paulo: "Ordene aos que são ricos no presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza da riqueza, mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação. Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos a repartir. Dessa forma, eles acumularão um tesouro para si mesmos, um firme fundamento para a era que há de vir, e assim alcançarão a verdadeira vida" (I Timóteo 6:17-19). O que fizermos com o dinheiro material fará grande diferença quanto ao nosso futuro eterno.
Fidelidade
Jesus ensinou uma lição sobre a importância do que fazemos aqui: "Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito, e quem é desonesto no pouco, também é desonesto no muito. Assim, se vocês não forem dignos de confiança em lidar com as riquezas deste mundo ímpio, quem lhes confiará as verdadeiras riquezas? E se vocês não forem dignos de confiança em relação ao que é dos outros, quem lhes dará o que é de vocês?" (Lucas 16:10-12). Nada do que temos é nosso, mas tudo pertence ao Senhor. Somos apenas administradores. Quando alguém começa um emprego, sempre sua capacidade e sua fidelidade são provadas nas coisas mínimas primeiro. Se a pessoa se mostrar responsável no modo com que lida com estas coisas sem importância, começa a receber cargas mais significativas. Nossa vida aqui na terra é o mesmo tipo de prova. É verdade que o que fazemos aqui, às vezes, não tem muita importância evidente, mas está demonstrando nosso nível de responsabilidade. Até mesmo nas mínimas coisas, devemos mostrar fidelidade. Nosso viver agora (como administramos o pouco dinheiro, as pequenas capacidades, as menores oportunidades) determina nosso destino eterno.
Serviço
Jesus acrescentou mais um ponto: "Nenhum servo pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará outro, ou se dedicará a um e desprezará outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro" (Lucas 16:13). Deus é um chefe exclusivo. Temos que escolher entre servir a ele totalmente ou abandoná-lo. Não existe meio termo no serviço dele, porque ele não aceita. Não se pode ficar em cima do muro—vamos nos dedicar ao Senhor de todo o coração.
O que o administrador fez era desonesto, mas demonstrava alguns princípios deste mundo que se aplicam à nossa relação com Deus.
- Lições de José do Egito para organizar a empresa
Ao se deparar em uma empresa com volume de documentos desorganizados, é comum as pessoas exclamarem “meu Deus do céu, me ajude” e aqui, vou mostrar através da Bíblia, o que as palavras de Deus, mostram que o princípio da organização, sempre esteve presente em todos os momentos, no Antigo e Novo Testamento, contribuindo para salvar vidas, alimentar os povos, vencer guerras e, muitas vezes, dando diretrizes ao povo para se organizarem em casa, no trabalho e nas divisões de terras.
Há oportunidades das pessoas e as empresas se organizarem, nos momentos de muito trabalho, com muitos clientes e uma situação financeira estabilizada, ou seja, vivendo no período das vacas gordas, não souberam se preparar e organizar a empresa para momentos difíceis, uma empresa organizada, produz mais e melhor.
Na Bíblia, a história de José do Egito e o sonho do Faraó, com referência às sete vacas magras e às sete vacas gordas, que era ensinada nas escolas, e já foi objecto de vários filmes.
Perguntado pelo Faraó o que representava aquele sonho, José afirmou que as sete vacas gordas representavam sete anos de bonança que viria para a terra do Egito, enquanto que as sete vacas magras representavam sete anos de fome e miséria.
O Faraó pediu a sua ajuda, entregando-lhe a governança do país, o qual transformou-se no primeiro planeador que conhecemos, quando passou os sete anos de fartura, preparando a nação para os sete anos de escassez que viriam a seguir.
Se os nossos administradores conhecessem essa história, o exemplo de José poderia ter sido seguido quando planeou a longo prazo, para que as vacas magras não tivessem reflexo no Egito.
5 lições de José do Egito para organizar a empresa:
1-Informação estratégica
Deus lhe mostrou que haveria uma época de prosperidade e uma de crise e de “vacas magras” (Géneses 41:15-32). Com base em toda essa informação, José sugeriu um “plano econômico” que salvou a população local e vizinha da fome absoluta e, ao mesmo tempo, transferiu a renda e a propriedade do povo para os cofres de Faraó (Géneses 41:33-37, 56-57). José conseguiu planear a economia porque o próprio Deus lhe deu a informação necessária.
Um bom trabalho de diagnóstico para conhecer as informações estratégicas, contribuirá bastante para um bom planeamento do trabalho a ser executado. José teve habilidade para utilizar as informações que o próprio Deus lhe revelou e aplicou rigorosamente conforme interpretado, etapa por etapa, obedecendo o seu plano.
Que planeamento temos para a organização de nossa empresa?
2-Planeamento
Planeamento é a mais importante tarefa de um gestor, no momento que é preparada a organização e estruturação de uma determinada meta.
Muitas empresas iniciam a organização do arquivo, sem qualquer planeamento, um período no qual, há muitas dificuldades em localizar documentos, devido ‘as solicitações de Auditoria e fiscalização, os problemas crescem e a organização não chega ao final desejado.
O Egito tinha muitos sábios, mas esses não conseguiram interpretar aquilo que o sonho do Faraó transmitia, e José com a sua sabedoria o soube fazê-lo, e conseguiu através do planeamento evitar uma tragédia.
3-Paciência
José passou por vários momentos de tribulações, foi odiado pelos irmãos e vendido como escravo e preso injustamente, precisamos de paciência para fazer a vontade de Deus e, embora não gostemos, paciência é construída por meio de tribulações. Não há atalhos aqui. José não poderia chegar a ser o segundo no comando no Egito e trazer a salvação a Israel sem passar pelas tribulações.
Organizar uma empresa requer muita paciência, são anos de documentos produzidos e recebidos, requer um trabalho minucioso, documento a documento e uma equipe preparada e capacitada, paciência é a principal arma para chegar ao sucesso.
Em Hebreus 10:36 diz assim, “Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa.”
A organização incomoda pessoas, José, mostrou paciência e integridade ao lidar com os outros.
4-Liderança
José exerceu forte liderança sobre o povo e todo o seu planeamento de plantio, colheita e venda foram rigorosamente seguidos.
Organizar uma empresa depende de uma forte liderança sobre a equipe, em Gestão de Projetos, aprendemos que precisamos ter o “pai/mãe do projeto”, José soube aproveitar bem a liderança, que teve apoio total do Faraó, para que todo o seu conhecimento fosse colocado em prática e alcançar seus objetivos.
Faraó delegou poder a José, para que agisse e, fazendo assim, assegurou o seu próprio legado como líder eficiente.
José ganhou confiança demonstrando regularmente competência e caráter nos seus relacionamentos com os outros.
5-Organização
José foi rigoroso em armazenar os alimentos, guardando para os tempos difíceis, após obter as informações estratégicas, fazer um bom planeamento, ter paciência para executar o seu plano e ainda teve enorme experiência para aguardar os resultados, finalmente, soube organizar espaços suficientes e bem preparados para conservar os estoques de alimentos para aguardar o período de vacas magras.
Organizar a empresa depende de um conjunto de medidas e estratégias para obter o sucesso esperado, José soube aproveitar suas habilidades e conduziu por muitos anos uma revolução administrativa, organizar depende de continuidade com equipe preparada, capacitada e com regras muito bem definidas.
José utilizou todas as ferramentas que estavam a sua disposição na época e em tempos actuais, temos vários softwares, cursos, programas 5S, visitas técnicas e muitas outras preparadas por vários especialistas, basta dar um passo e acreditar que o impossível não existe, as dificuldades existentes, são formas de preparar você para dias melhores.
Grandes administradores têm como referência Bíblia Sagrada e obtém sucesso em seus projetos, José é um exemplo ‘a seguir.
A Bíblia no seu livro de Gênesis nos ensina algo tão importante, que não foi enxergado pelos que gerenciam as empresas, (Peixoto, 2015).
Conclusão
Chegando ao final deste artigo, percebemos que a Bíblia serve de guia para mantemos a nossa esperança e no caminho que o Senhor ordenará.
O que faz nós, acreditar na Bíblia é pelo facto existirem evidências históricas, com factos negativos e positivos, daí acreditamos na Bíblia, porque não omitiu nenhum facto.
Certamente, para qualquer empresário, empreendedor e administrador, não deverá esquecer das ofertas e dízimos do Senhor, conforme Deuteronómio 14:22: “22 Certamente darás os dízimos de todo o produto da tua semente que cada ano se recolher do campo.”12 E do Jejum: “Jejuo duas vezes na semana, e dou o dízimo de tudo quanto ganho.” (Lucas 18:12).
Ainda concerte ao dizimo, “roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.”
“Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda.”
“10 Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida” (Malaquias 3:8-10).
E sem a fé, que serve de meio, instrumento de comunicação. “1 Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem”, (Hebreus 11:1).
“5 Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.” (I João 5:4).
Referências Bibliográficas
Fisher, G. (2017). A Parábola do Administrador Astuto. Karl Hennecke, USA: Estudos Bíblicos. Obtido em 06 de Fevereiro de 2018, de https://www.estudosdabiblia.net/d112.htm
Peixoto, J. (2015). Lições de José do Egito para organizar a empresa. Paraíba: Portal da Administração. Obtido em 06 de Fevereiro de 2018, de http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/licoes-de-jose-do-egito-para-organizar-a-empresa/88529/
[1] Graduado no Curso de Administração Pública, pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Relações Internacionais (CIS), evandro.amaral2015@hotmail.com;