SOLUÇÕES PARA A TELEVISÃO PÚBLICA DE ANGOLA (TPA)
Evandro José Coelho do Amaral
SOLUÇÕES PARA A TELEVISÃO PÚBLICA DE ANGOLA (TPA)
SOLUTIONS FOR THE PUBLIC TELEVISION OF ANGOLA (PTA)
NewPaper nº 29/2018
Amaral, Evandro José Coelho do [1]
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Resumo
O intuito desta pesquisa, foi para ajudar a Televisão Pública de Angola (TPA), com algumas propostas/sugestões de melhorias, afim de ser mais saudável na prestação de serviços aos seus colaboradores/clientes.
Palavras-chaves: TPA, Programa, Angola.
Abstract
The purpose of this research was to help the Public Television of Angola (PTA), with some proposals / suggestions for improvements, in order to be healthier in providing services to its collaborators / clients.
Keywords: PTA, Program, Angola.
Introdução
A história da Televisão Pública de Angola – TPA se confunde com a história do audiovisual de Angola, não é por acaso que a TPA preserva no seu acervo os momentos e as imagens mais marcantes da história da Nação Angolana.
Desde 18 de Outubro de 1975, quando foi para o ar a primeira emissão de televisão em Angola, a TPA cresceu e desenvolveu-se, hoje, na qualidade de prestador exclusivo do serviço público de televisão, ela é o principal veículo de informação do País, estando presente na maioria dos lares de Angola com os três canais que emite diariamente, designadamente, TPA 1, generalista e principal da estação, TPA 2, com enfoque para o entretenimento e juventude, e a TPA Internacional, para atender a diáspora angolana e não só, promovendo deste modo a imagem de Angola além fronteiras.
Do vasto portfólio da programação da TPA, destacam-se os programas informativos e de entretenimento, com o propósito de diversificar ao máximo os conteúdos e ir de encontro às necessidades de um público cada vez mais exigente face a concorrência que o mercado começou a conhecer com o aparecimento da televisão privada em sinal aberto, assim como da existência de quatro distribuidores de serviços por satélite e cabo.
No quadro da preocupação permanente em melhorar a sua oferta de conteúdos, a TPA tem reestruturado gradualmente as suas grelhas, lançando novos programas, que tem como divisa principal a melhoria nos serviços de informação e entretenimento, em simultâneo com uma mudança ao nível da plástica e de todo o visual das suas grelhas. ou a conhecer com o aparecimento da televisão privada em sinal aberto, assim como da existência de quatro distribuidores de serviços por satélite e cabo.
Ressurgiu igualmente a revista TVEJA que já havia sido bastante popularizada e com um segmento de mercado bem definido. O Magazine, que se pretende mais moderno e atraente, sob o ponto de vista gráfico e de conteúdo, tem como meta principal a divulgação da programação dos distintos canais da estação, o trabalho quotidiano dos seus funcionários, assim como outros temas ligados ao mundo fascinante da televisão e de interesse dos telespectadores.
O website da TPA, tem novo layout e é mais interactivo (dinâmico e funcional).
O mercado televisivo em Angola registou um crescimento assinalável na última década.
A indústria televisiva angolana revolucionou profundamente o relacionamento entre as pessoas, mudando estilos de vida, hábitos e costumes. Impulsionou a publicidade, como alavanca importante no desenvolvimento dos negócios potenciando igualmente o investimento estrangeiro.
Com a entrada em actividade de novos canais de televisão em Angola, o mercado tornou-se mais competitivo e atractivo e ampliaram-se as opções para os telespectadores.
O novo centro de produção da TPA, situado na nova urbanização de Camama, nos arredores de Luanda, é um dos mais importantes projectos para o crescimento e desenvolvimento da Empresa, e um significativo marco no processo de produção para o futuro.
Concebido de forma a integrar todas as necessidades de produção televisiva, este projecto tem claramente os olhos no futuro, onde as mais recentes tecnologias de informação, tais como equipamentos digitais e ferramentas interactivas assumem lugares de destaque.
Com uma área total de 200.000 m2, foi pensado por especialistas de referência e equipado com tecnologia inovadora.
A inauguração do Centro de Produção de Camama aconteceu apos a conclusão da primeira fase, em Setembro de 2008. O complexo tem quatro blocos principais (bloco administrativo, blocos de dois estúdios de 400 m2, blocos de dois estúdios de 800 m2, e um bloco de restauração, envolvendo um pátio com espelho de água que servirá de eixo de circulação interna, bem como de pólo para a realização de eventos sociais, filmagens e cerimónias ao ar livre.
Este Centro de Produção não só vem colmatar uma grande carência de estúdios nesta região, como também garante o relançamento dos conteúdos ficcionais na TPA.
Em suma, apostando na modernização, que tem a digitalização como eixo principal, na reestruturação global da empresa, na formação permamente dos quadros, na melhoria qualitativa da sua programação, e na extensão e melhoria da qualidade do seu sinal em todo o território nacional, a TPA está a criar as premissas essenciais para estar à altura dos desafios que a locomotiva do desenvolvimento impõe a Angola e a todo o seu povo, (TPA, 2014).
A problemática desta pesquisa tem haver com algumas situações identificadas na Televisão Pública de Angola (TPA). Com isso, procuramos saber os motivos que estão na base deste incumprimento da prestação de serviços, ainda com grelha de programação deficitária. Porque coloca-se várias variantes a saber: corrupção, falta de vontade política, pessoal incapacitado, a não utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação, excesso de burocracia, falta de despartidarização, nepotismo, falta de motivação sobretudo salarial, falta de fiscalização, a falta de cumprimento do regulamento interno, o não cumprimento das obrigações estabelecidas, dependência política, a falta de quadros, entre outras.
Figura nº 1. Logotipo da Televisão Pública de Angola (TPA)
Fonte: (TPA, 2014).
- Propostas de melhorias para a Televisão Pública de Angola (TPA)
Abaixo iremos trazer algumas sugestões/propostas de melhorias para a Televisão Pública de Angola (TPA):
- A TPA, deveria ser independente, isto é, para cada província nacional, dando à autonomia (porque cada província tem os seus costumes, problemas, cultura e hábitos). Se assim não for, as outras províncias são obrigadas em adaptarem ou assistirem a grelha de programação, elaborada na sua essência para a província de Luanda e prejudicando as demais províncias.
- Com esta autonomia da TPA, para cada província, ajudaria no estudo exaustivo da grelha de programação, afim de terem mais programas (ou assuntos) relacionadas daquela província. O mesmo aconteceria para os programas em línguas nacionais, saber-se-á quais as províncias que dever passar os programas ou idioma em língua nacional.
- Dever-se-ia criar um programa equiparado da rádio LAC, onde passariam conversa, entrevista, experiência de vida dos mais velhos “os Kotas”.
- Apostar mais em programas educativo.
- Cria programa de concursos (caça talentos) para o entretenimento dos telespetadores.
- Diversificar os participantes/convidados dos debates, com visa a darem maior oportunidade para novas caras no painel. Porque coloca-se a seguinte hipótese: será que esses indivíduos são superdotados?
- Dever-se-ia criar um programa que abordaria o combate a corrupção, branqueamento de capital/lavagem de dinheiro. Mostrar o que estar a ser feito, criar mecanismo de denúncias de corrupção e branqueamento de capital/lavagem de dinheiro e premio/garantia para aqueles individuo que denunciarem, isto com a participação dos cidadãos nacionais.
- Fala-se da diversificação da economia, dever-se-ia criar um programa que abordaria sobre: a crise, empreendedorismo, diversificação da economia, corrupção, branqueamento de capital/lavagem de dinheiro, Tecnologia de Informação e Comunicação, entre outras.
- Com a TPA 3, afirma-se que será apenas de noticias, dever-se-ia criar uma parceria com a Polícia nacional e com os tribunais, porque não basta reportar a informação (ou notíciar) e não se fazer absolutamente nada aos prevaricadores.
- Dever-se-ia ter informantes por parte da sociedade civil, em diversos: municípios, comunas, bairros, distritos e ruas, com objectivo de alertar/informar qualquer anomalia que houver na sua circunscrição, e com o dever de avisar a TPA.
- Dar mais oportunidade para os cidadãos nacionais, em apresentar os seus problemas ou os problemas do país, este programa poderia ajudar a minimizar ou resolveria o problema de muitos cidadão. O exemplo dos programas de referencia são da TV Zimbo: FalaAngola e o Patrulha do Consumidor.
- A TPA, deve ser imparcial, não pode favorecer alguns e prejudicar outros.
- Procurar meios de angariar fundos.
- Conforme será criado o canal 3, que será de notícias, que se cria também: o canal 4 para novelas, canal 5 para o futebol, canal 6 para educação e canal 7 para o Tribunal/Assembleia Nacional.
- Também poder-se-ia criar dois Big Brother Angola, i) seria reunir grupos universitários durante 3 meses numa casa e ii) reunir um grupo de mais velhos (os Kotas), afim de passarem a suas experiências. Terá cariz educativo.
- A TPA, dever-se-ia criar escolas e institutos/universidade para capacitação dos seus colaboradores, com formações constantes e refrescamento. Bem como, poder-se-ia ter parceria com as escolas, institutos/universidades.
- Criar Boletim de reclamação e sugestão.
- Fazer pesquisas sobre o grau de satisfação dos seus funcionários e colaboradores.
- Criar palestras, sendo que Angola, é maioritariamente jovem, pode-se pedir, apoio ao Ministro da Juventude e Desporto, Ministério da Educação e ao Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação da República de Angola. Penso que, público alvo, será a juventude, os temas estariam relacionados aos problemas actuais do país.
- Apostar mais nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
- Procurar mais parceiros quer internacionais e nacionais.
- Fazer um concurso público, sobre a grelha de programação, onde a população seria o idealista, o vencedor ganharia: prémios, emprego, bolsa de estudo, entre outras.
- A TPA, deve criar uma biblioteca física e online, para facilitar/ajudar os pesquisadores.
- Disponibilizar bolsa de estudos interno e externo para excelentes colaboradores.
- Aumentar nos seus equipamentos técnicos.
- Aumentar a capacitação do sinal da TPA, para todo território nacional. É estupefacto ter a TPA internacional, mas não tem a cobertura do sinal para todo território nacional.
- Implementar um sistema informático, para facilitar no intercâmbio entre o colaborador e a instituição.
- Criar concurso interno do trabalhador do ano (assiduidade, desempenho, responsabilidade …).
- Para os futuros canais televisivo da TPA, poderia fazer um concurso público e entregar a gestão no sector privado, afim de obterem maior eficiência e eficácia na gestão.
- Alguns casos do tribunal, deveria passar ao vivo na TPA, principalmente casos que envolve entidades do aparelho do Estado angolano.
- Um canal que visa denúncia/apresentar, casos de corrupção, abuso de poder, com cameras escondidas para apanhar os prevaricadores das entidades o Estado/Administração Pública (Polícia, administrações, ministérios, entre outras).
- Criar um programa universitário, como forma de promover os estudantes universitários.
- A TPA, deve melhorar na transparência, disponibilizando mais informações ao público
- Fazer auscultação pública sobre a TPA, deve ter a participação dos cidadãos em assuntos ou tomada de decisão do interesse nacional.
Conclusão
Chegando ao final deste artigo, acreditamos que a Televisão Pública de Angola (TPA), tem um potencial que poderá dar uma reviravolta, desses problemas que vem afectando a TPA e por sua vez também vem afectando a vida dos cidadãos nacionais. Esperemos que com essas propostas/sugestões possa ajudar a TPA na melhoria da sua prestação de serviços aos seus colaboradores/clientes.
Referências Bibliográficas
TPA. (2014). Sobre a TPA. Luanda: SAPO Angola. Acesso em 15 de Março de 2018, disponível em http://tpa.sapo.ao/tpa/sobre-a-tpa
“MELHORAR O QUE ESTÁ BEM E CORRIGIR O QUE ESTÁ MAL”.
[1] Graduado no Curso de Administração Pública, pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Relações Internacionais (CIS), evandro.amaral2015@hotmail.com;